Da entrevista de Ernest Hemingway à Paris Review:
"Quanto melhores forem os escritores, menos falarão sobre o que eles mesmos escreveram. Joyce era um grandíssimo escritor, e ele só explicava o que estava fazendo para idiotas. Supunha-se que os outros escritores que respeitava seriam capazes de entender o que ele estava fazendo, ao lê-lo."
"Suponho que existam símbolos, já que os críticos estão sempre descobrindo algum. Se não se importa, não gosto de falar sobre eles, nem que me perguntem acerca deles. Já é bastante duro escrever livros e contos sem ser instado a também explicá-los. Além disso, acabaríamos tirando o emprego dos explicadores."
"...é muito ruim para um escritor falar sobre como ele escreve. Ele escreve para ser lido com os olhos; explicações ou dissertações não deveriam ser necessárias. Você pode ter certeza de que haverá muito mais coisas lá do que uma primeira leitura perceberá, e não é da competência do escritor ter de explicar o que fez, ou conduzir visitas guiadas através das paragens mais difíceis da sua obra."
("As entrevistas da Paris Review", volume 1, Companhia das Letras)
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