quarta-feira, 30 de outubro de 2013

De Bernard Shaw



"A vida é uma pedra de amolar: desgasta-nos ou afia-nos, conforme o metal de que somos feitos."

"A virtude não passa de tentação insuficiente."

"O silêncio é a mais perfeita expressão do desprezo." 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O HUMOR (MUITO PARTICULAR) DE OTTO LARA RESENDE

Positivamente, não posso ser apresentado a Satanás: como André Gide, sofro a tentação de entender as razões do adversário.

Abraço e punhalada a gente só dá em quem está perto.

Patrão de esquerda só é bom no dia do pagamento.

Leio muito à noite. Só não sou inteiramente uma besta porque sofro de insônia.

Sou autor de muitos originais e de nenhuma originalidade.

Sou jornalista, especialista em idéias gerais. Sei alguns minutos de muitos assuntos. E não sei nada.

Texto de jornal é estação de trem depois que o trem passou. Deixou de ter interesse.

Escrevemos, escrevemos, escrevemos. Clamamos no deserto. O clube do poder tem as portas lacradas e calafetadas.

Eu escrevo todos os dias, por compulsão. Mas agora, aos 70 anos, uma das perguntas que mais me intrigam é o que eu vou ser quando crescer.

A morte é noturna. À noite, todos os doentes agonizam.

A morte é, de tudo na vida, a única coisa absolutamente insubornável.

Sou leitor atento da página fúnebre. Tem mais gente conhecida do que a coluna social.

Não sou alegre. Sou triste e sofro muito. Dentro de mim há um porão cheio de ratos, baratas, aranhas, morcegos, escuro, melancolia, solidão.

O único erra humano que merece a pena de morte é o de revisão.

Deus é humorista.

Sou um sobrevivente sob os escombros de valores mortos.

Devemos a Graham Bell o fato de estarmos em qualquer lugar do mundo e alguém poder nos chatear pelo telefone.

Intelectual na política é quase sempre errado. É sempre errado. A práxis não deixa espaço para pensar; pensar é muito sutil, enrascado, complexo, multiplica as alternativas.

Política é a arte de enfiar a mão na merda. Os delicados pedem desculpas, têm dor de cabeça e se retiram.

A ação política é cruel, baseia-se numa competição animal, é preciso derrotar, esmagar, matar, aniquilar o inimigo.

Quem me garante que Jesus Cristo não estaria hoje na estatística da mortalidade infantil?

O homem é um animal gratuito.

Para mim, domingo sem missa não é domingo.

A tocaia é a grande contribuição de Minas à cultura universal.

Há um lado pobre-diabo em mim. Os pobre-diabos logo farejam e se irmanizam, me perseguem, não me largam.

Não quero tripudiar sobre ninguém. Junto a isto um insanável sentimento de simpatia, que me domina, por todos os decaídos.

Devo ter sido o único mineiro que deixou de ser diretor de banco.

Há em mim um velho que não sou eu.

Sou exatamente o menino que aos nove anos foi declamar um verso de Antero de Quental e se perdeu.

Minas está onde sempre esteve.

Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Helio Pellegrino e Otto Lara Resende

P.S: Uma das frases mais famosas de Otto Lara Resende, Mineiro só é solidário no câncer, não é do Otto, mas foi a ele atribuída por Nelson Rodrigues, na peça Bonitinha, mas Ordinária ou Otto Lara Resende. 

(raulealiteratura.blospot.com.br)

Prêmio Nobel de Literatura 2013

ALICE MUNRO



Aos 82 anos de idade, a escritora canadense Alice Anne Munro (nascida Laidlaw) se tornou, na manhã do dia 10 de outubro de 2003, a décima-terceira mulher a receber o Prêmio Nobel de Literatura. O seleto grupo das ganhadoras é composto por Selma Lagerlöf (Suécia, 1909), Grazia Deledda (Itália, 1926), Sigrid Undset (Noruega, 1928), Peal Sydenstricker Buck (EUA, 1938), Gabriela Mistral (Chile, 1945), Nelly Sachs (Suécia, 1966), Nadine Gordimer (África do Sul, 1991), Toni Morrison (EUA, 1993), Wislawa Szymborska (Polônia, 1996), Elfriede Jelinek (Áustria, 2004), Doris Lessing (Grã-Bretanha, 2007) e Herta Müller (Romênia/Alemanha, 2009).

Ao anunciar o nome de Alice Munro, a Academia Sueca chamou-a de mestre dos contos contemporâneos. Essa afirmação ratifica a opinião de Cynthia Ozick que considera Munro uma espécie de Tchekov da língua inglesa. Aliás, muitos escritores e críticos significativos se curvam ao talento da canadense. Segundo o escritor David Homel, Ela escreve sobre mulheres e para mulheres, mas não amaldiçoa os homens. O eternamente midiático Jonathan Franzen, no ensaio De Onde Vem Essa Certeza de que Você Mesmo Não é o Mal?, que está incluído na interessante coletânea Como Ficar Sozinho (Companhia das Letras, 2012) não faz economia de elogios para descrever o quanto a literatura de Munro o impressiona: A leitura de Munro me deixa num estado reflexivo no qual penso sobre a minha vida: sobre as decisões que tomei, as coisas que fiz e que não fiz, o tipo de pessoa que sou, a perspectiva da morte. Ela faz parte daquele punhado de escritores, alguns vivos, a maioria morta, que tenho em mente quando digo que a ficção é a minha religião. Porque enquanto estou imerso num conto de Munro, estou atribuindo a um personagem totalmente fictício o tipo de respeito solene e de interesse enraizado que me atribuo em meus melhores momentos como ser humano.    

Munro não costuma frequentar seminários, congressos literários ou eventos promocionais. Recentemente, em entrevista ao jornal New York Times, anunciou a aposentadoria. Depois uma operação cardíaca e de um câncer, quer se dedicar à família: parece natural fazer aquilo que outras pessoas de 80 anos fazem, declarou.

Alice Munro nasceu em Wingham, província de Ontário, em 10 de julho de 1931. Casou com Michel Munro, aos 20 anos de idade, e foi morar em Vancouver. Separou-se em 1972 e voltou para Ontário. Casou com Gerald Fremlin, em 1976. As três filhas são frutos do primeiro casamento.

A carreira de escritora solidificou a partir do segundo casamento. Publicou 14 livros de contos, sendo que apenas quatro possuem tradução no Brasil: Ódio, Amizade, Namoro, Amor, Casamento (Editora Globo, 2004),Fugitiva (Cia das Letras, 2006), Felicidade Demais (Cia das Letras, 2010) e O Amor de Uma Boa Mulher (Cia das Letras, 2013). O filme Longe Dela (Away from Her. Dir. Sarah Polley, 2006) foi baseado nos contos de Ódio, Amizade, Namoro, Amor, Casamento.

Um dos momentos representativos da prosa escrita por Alice Munro está retratado no conto Ódio, Amizade, Namoro, Amor, Casamento (que integra o livro homônimo). Para se livrar de uma vida opressiva de empregada, Johanna decide mudar as regras do jogo. Iludida por cartas que acreditava terem sido escritas por um admirador, Ken Boudreau, resolve procurá-lo. Quer casar. Por isso, compra um vestido de noiva e despacha a mobília por trem. Depois de uma viagem estafante, encontra o pretendente doente. Cuida dele, limpa a casa, desfaz hábitos nocivos, impede a desordem financeira. E permite que ele se apaixone.     

A prosa descritiva, pouco afeita aos efeitos modernosos dos fluxos de consciência e dos monólogos interiores, reconstrói pacientemente a intimidade doméstica. As personagens femininas são fortes, determinadas. Na busca de algum impulso vital, recusam o niilismo e o puritanismo. São contos caudalosos, média de 50 páginas os mais concisos, repletos de detalhes. O interesse do leitor se mantém por dezenas de páginas em função do domínio absoluto do enredo e dos diálogos, que acrescentam – explicita e implicitamente – dezenas de informações.

Alice Munro ganhou três vezes o Governor General’s Literary Awards (1968, 1978, 1986) e o Man Booker International Prize (2009), entre outros prêmios. 

Lista dos livros de Alice Munro: 

Dance of the Happy Shades, (1968)
Lives of Girls and Women (1971)
Something I’ve Been Meaning to Tell You (1974)
The Beggar Maid (antes Who Do You Think You Are?) (1978)
The Moons of Jupiter (1982).
The Progress of Love (1986)
Friend of My Youth (1990)
Open Secrets (1994)
The Love of a Good Woman (1998)
Hateship, Friendship, Courtship, Loveship, Marriage (2001)
Runaway (2004)
The View from Castle Rock (2006)
Too much happiness (2009)
Dear Life (2012)

(raulealiteratura.blogspot.com.br)

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Os dez melhores poemas dos últimos 200 anos

1 — A Terra Desolada

(T. S. Eliot)

Abril é o mais cruel dos meses, germina
Lilases da terra morta, mistura
Memória e desejo, aviva
Agônicas raízes com a chuva da primavera.
O inverno nos agasalhava, envolvendo
A terra em neve deslembrada, nutrindo
Com secos tubérculos o que ainda restava de vida.
O verão; nos surpreendeu, caindo do Starnbergersee
Com um aguaceiro. Paramos junto aos pórticos
E ao sol caminhamos pelas aleias de Hofgarten,
Tomamos café, e por uma hora conversamos.
Big gar keine Russin, stamm’ aus Litauen, echt deutsch.
Quando éramos crianças, na casa do arquiduque,
Meu primo, ele convidou-me a passear de trenó.
E eu tive medo. Disse-me ele, Maria,
Maria, agarra-te firme. E encosta abaixo deslizamos.
Nas montanhas, lá, onde livre te sentes.
Leio muito à noite, e viajo para o sul durante o inverno.
Que raízes são essas que se arraigam, que ramos se esgalham
Nessa imundície pedregosa? Filho do homem,
Não podes dizer, ou sequer estimas, porque apenas conheces
Um feixe de imagens fraturadas, batidas pelo sol,
E as árvores mortas já não mais te abrigam,
nem te consola o canto dos grilos,
E nenhum rumor de água a latejar na pedra seca. Apenas
Uma sombra medra sob esta rocha escarlate.
(Chega-te à sombra desta rocha escarlate),
E vou mostrar-te algo distinto
De tua sombra a caminhar atrás de ti quando amanhece
Ou de tua sombra vespertina ao teu encontro se elevando;
Vou revelar-te o que é o medo num punhado de pó.
(Trecho de “Terra Desolada”, de T. S. Eliot. Tradução de Ivan Junqueira)

2 — Tabacaria
(Fernando Pessoa)

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo.
que ninguém sabe quem é
( E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes
e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
(Trecho de “Tabacaria”, de Fernando Pessoa)

3 — A Máquina do Mundo
(Carlos Drummond de Andrade)

E como eu palmilhasse vagamente
uma estrada de Minas, pedregosa,
e no fecho da tarde um sino rouco
se misturasse ao som de meus sapatos
que era pausado e seco; e aves pairassem
no céu de chumbo, e suas formas pretas
lentamente se fossem diluindo
na escuridão maior, vinda dos montes
e de meu próprio ser desenganado,
a máquina do mundo se entreabriu
para quem de a romper já se esquivava
e só de o ter pensado se carpia.
Abriu-se majestosa e circunspecta,
sem emitir um som que fosse impuro
nem um clarão maior que o tolerável
pelas pupilas gastas na inspeção
contínua e dolorosa do deserto,
e pela mente exausta de mentar
toda uma realidade que transcende
a própria imagem sua debuxada
no rosto do mistério, nos abismos.
Abriu-se em calma pura, e convidando
quantos sentidos e intuições restavam
a quem de os ter usado os já perdera
e nem desejaria recobrá-los,
se em vão e para sempre repetimos
os mesmos sem roteiro tristes périplos,
convidando-os a todos, em coorte,
a se aplicarem sobre o pasto inédito
da natureza mítica das coisas.
(Trecho de “A Máquina do Mundo”, de Carlos Drummond de Andrade)

4 — Os Homens Ocos
(T. S. Eliot)

Nós somos os homens ocos
Os homens empalhados
Uns nos outros amparados
O elmo cheio de nada. Ai de nós!
Nossas vozes dessecadas,
Quando juntos sussurramos,
São quietas e inexpressas
Como o vento na relva seca
Ou pés de ratos sobre cacos
Em nossa adega evaporada
Fôrma sem forma, sombra sem cor
Força paralisada, gesto sem vigor;
Aqueles que atravessaram
De olhos retos, para o outro reino da morte
Nos recordam — se o fazem — não como violentas
Almas danadas, mas apenas
Como os homens ocos
Os homens empalhados.
II
Os olhos que temo encontrar em sonhos
No reino de sonho da morte
Estes não aparecem:
Lá, os olhos são como a lâmina
Do sol nos ossos de uma coluna
Lá, uma árvore brande os ramos
E as vozes estão no frêmito
Do vento que está cantando
Mais distantes e solenes
Que uma estrela agonizante.
Que eu demais não me aproxime
Do reino de sonho da morte
Que eu possa trajar ainda
Esses tácitos disfarces
Pele de rato, plumas de corvo, estacas cruzadas
E comportar-me num campo
Como o vento se comporta
Nem mais um passo
— Não este encontro derradeiro
No reino crepuscular
(Trecho de “Os Homens Ocos”, de T.S. Eliot. Tradução de Ivan Junqueira)

5 — Velejando para Bizâncio
(William Buttler Yeats)

Aquela não é terra para velhos. Gente
jovem, de braços dados, pássaros nas ramas
— gerações de mortais — cantando alegremente,
salmão no salto, atum no mar, brilho de escamas,
peixe, ave ou carne glorificam ao sol quente
tudo o que nasce e morre, sêmen ou semente.
Ao som da música sensual, o mundo esquece
as obras do intelecto que nunca envelhece.
Um homem velho é apenas uma ninharia,
trapos numa bengala à espera do final,
a menos que a alma aplauda, cante e ainda ria
sobre os farrapos do seu hábito mortal;
nem há escola de canto, ali, que não estude
monumentos de sua própria magnitude.
Por isso eu vim, vencendo as ondas e a distância,
em busca da cidade santa de Bizâncio.
Ó sábios, junto a Deus, sob o fogo sagrado,
como se num mosaico de ouro a resplender,
vinde do fogo santo, em giro espiralado,
e vos tornai mestres-cantores do meu ser .
Rompei meu coração, que a febre faz doente
e, acorrentado a um mísero animal morrente,
já não sabe o que é; arrancai-me da idade
para o lavor sem fim da longa eternidade.
Livre da natureza não hei de assumir
conformação de coisa alguma natural,
mas a que o ourives grego soube urdir
de ouro forjado e esmalte de ouro em tramas,
para acordar do ócio o sono imperial;
ou cantarei aos nobres de Bizâncio e às damas,
pousado em ramo de ouro, como um pássaro,
o que passou e passará e sempre passa.
(Trecho de “Velejando para Bizâncio”, de William Buttler Yeats. Tradução de Augusto de Campos)

6 — À Espera dos Bárbaros
(Konstantinos Kaváfis)

O que esperamos na ágora reunidos?
É que os bárbaros chegam hoje.
Por que tanta apatia no senado?
Os senadores não legislam mais?
É que os bárbaros chegam hoje.
Que leis hão de fazer os senadores?
Os bárbaros que chegam as farão.
Por que o imperador se ergueu tão cedo
e de coroa solene se assentou
em seu trono, à porta magna da cidade?
É que os bárbaros chegam hoje.
O nosso imperador conta saudar
o chefe deles. Tem pronto para dar-lhe
um pergaminho no qual estão escritos
muitos nomes e títulos.
Por que hoje os dois cônsules e os pretores
usam togas de púrpura, bordadas,
e pulseiras com grandes ametistas
e anéis com tais brilhantes e esmeraldas?
Por que hoje empunham bastões tão preciosos
de ouro e prata finamente cravejados?
É que os bárbaros chegam hoje,
tais coisas os deslumbram.
Por que não vêm os dignos oradores
derramar o seu verbo como sempre?
(Trecho de “À Espera dos Bárbaros”, de Konstantinos Kaváfis. Tradução de José Paulo Paes)

7 — O Cemitério Marinho
(Paul Valéry)

Esse teto tranquilo, onde andam pombas,
Palpita entre pinheiros, entre túmulos.
O meio-dia justo nele incende
O mar, o mar recomeçando sempre.
Oh, recompensa, após um pensamento,
Um longo olhar sobre a calma dos deuses!
Que lavor puro de brilhos consome
Tanto diamante de indistinta espuma
E quanta paz parece conceber-se!
Quando repousa sobre o abismo um sol,
Límpidas obras de uma eterna causa
Fulge o Tempo e o Sonho é sabedoria.
Tesouro estável, templo de Minerva,
Massa de calma e nítida reserva,
Água franzida, olho que em ti escondes
Tanto de sono sob um véu de chama,
— Ó meu silêncio!… Um edifício na alma,
Cume dourado de mil, telhas, teto!
Templo do Templo, que um suspiro exprime,
Subo a este ponto puro e me acostumo,
Todo envolto por meu olhar marinho.
E como aos deuses dádiva suprema,
O resplendor solar sereno esparze
Na altitude um desprezo soberano.
Como em prazer o fruto se desfaz,
Como em delícia muda sua ausência
Na boca onde perece sua forma,
Aqui aspiro meu futuro fumo,
Quando o céu canta à alma consumida
A mudança das margens em rumor.
(Trecho de “O Cemitério Marinho”, de Paul Valéry. Tradução de Darcy Damasceno) 

8 — Hugh Selwyn Mauberly
(Ezra Pound)

Vai, livro natimudo,
E diz a ela
Que um dia me cantou essa canção de Lawes:
Houvesse em nós
Mais canção, menos temas,
Então se acabariam minhas penas,
Meus defeitos sanados em poemas
Para fazê-la eterna em minha voz
Diz a ela que espalha
Tais tesouros no ar,
Sem querer nada mais além de dar
Vida ao momento,
Que eu lhes ordenaria: vivam,
Quais rosas, no âmbar mágico, a compor,
Rubribordadas de ouro, só
Uma substância e cor
Desafiando o tempo.
Diz a ela que vai
Com a canção nos lábios
Mas não canta a canção e ignora
Quem a fez, que talvez uma outra boca
Tão bela quanto a dela
Em novas eras há de ter aos pés
Os que a adoram agora,
Quando os nossos dois pós
Com o de Waller se deponham, mudos,
No olvido que refina a todos nós,
Até que a mutação apague tudo
Salvo a Beleza, a sós.
(Trecho de “Hugh Selwyn Mauberly”, de Ezra Pound. Tradução de A. de Campos) 

9 — Poema em Linha Reta
(Fernando Pessoa)

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na vida…
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
(Trecho de “Poema em Linha Reta”, de Fernando Pessoa)
 10 — Poema Sujo

(Ferreira Gullar)

turvo turvo
a turva
mão do sopro
contra o muro
escuro
menos menos
menos que escuro
menos que mole e duro
menos que fosso e muro: menos que furo
escuro
mais que escuro:
claro
como água? como pluma?
claro mais que claro claro: coisa alguma
e tudo
(ou quase)
um bicho que o universo fabrica
e vem sonhando desde as entranhas
azul
era o gato
azul
era o galo
azul
o cavalo
azul
teu cu
tua gengiva igual a tua bocetinha
que parecia sorrir entre as folhas de
banana entre os cheiros de flor
e bosta de porco aberta como
uma boca do corpo
(não como a tua boca de palavras) como uma
entrada para
eu não sabia tu
não sabias
fazer girar a vida
com seu montão de estrelas e oceano
entrando-nos em ti
bela bela
mais que bela
mas como era o nome dela?
Não era Helena nem Vera
nem Nara nem Gabriela
nem Tereza nem Maria
Seu nome seu nome era…
Perdeu-se na carne fria
perdeu na confusão de tanta noite e tanto dia

(Trecho de “Poema Sujo”, de Ferreira Gullar)

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

"Literatura não é Teoria, é Paixão" T. Todorov

A A A
Sophie Bassouls/ Sygma/ Corbis

O filósofo e linguista Tzvetan Todorov:  "As crianças não têm ideia da riqueza que podem encontrar num livro porque ninguém mostrou a elas"
Nascido em 1939 em Sófia, na Bulgária, e naturalizado francês, o filósofo e linguista Tzvetan Todorov é um dos mais importantes pensadores do século 20. Traduzida para mais de 25 idiomas, sua obra inspira críticos literários, historiadores e estudiosos do fenômeno cultural do mundo todo. Em seu mais recente livro publicado no Brasil, A Literatura em Perigo, Todorov faz um mea culpa raro entre intelectuais. Ele diz que estudos literários como os seus, cheios de "ismos", afastaram os jovens da leitura de obras originais - dando lugar ao culto estéril da teoria. De Paris, ele falou a BRAVO! por telefone:

BRAVO!: Gostaria que o sr. falasse sobre o seu primeiro contato com a literatura quando criança, e como ela se transformou em uma paixão.
Tzvetan Todorov: Eu cresci na Bulgária durante a Segunda Guerra, quando quase ninguém vivia em Sófia, sob constante bombardeio. A maior parte da população vivia fora da capital, em apartamentos divididos por várias famílias. Dentro da coletividade em que habitávamos, havia um especialista em literatura. Foi ele que me ensinou a ler, antes que eu atingisse a idade escolar. Ele me incentivou a praticar a leitura nos livros infantis, e logo comecei a gostar dos contos populares. Apreciava especialmente as histórias dos irmãos Grimm e As Mil e Uma Noites. Essas obras faziam minha alegria. Eu já tinha um sentimento do enriquecimento pessoal que o contato com a ficção podia proporcionar.
Por que o contato com a ficção é tão importante?
Os livros acumulam a sabedoria que os povos de toda a Terra adquiriram ao longo dos séculos. É improvável que a minha vida individual, em tão poucos anos, possa ter tanta riqueza quanto a soma de vidas representada pelos livros. Não se trata de substituir a experiência pela literatura, mas multiplicar uma pela outra. Não lemos para nos tornar especialistas em teoria literária, mas para aprender mais sobre a existência humana. Quando lemos, nos tornamos antes de qualquer coisa especialistas em vida. Adquirimos uma riqueza que não está apenas no acesso às idéias, mas também no conhecimento do ser humano em toda a sua diversidade.
E como fazer para que as crianças e os jovens tenham acesso a esse conhecimento tão importante?
A escola e a família têm um papel importante. As crianças não têm idéia da riqueza que podem encontrar em um livro, simplesmente porque eles ainda não conhecem os livros. Deveríamos então ser iniciados por professores e pais nessa parte tão essencial de nossa existência, que é o contato com a grande literatura. Infelizmente, não é bem assim que as coisas acontecem.
Por quê?
Quando nós professores não sabemos muito bem como fazer para despertar o interesse dos alunos pela literatura, recorremos a um método mecânico, que consiste em resumir o que foi elaborado por críticos e teóricos. É mais fácil fazer isso do que exigir a leitura dos livros, que possibilitaria uma compreensão própria das obras. Eu deploro essa atitude de ensinar teoria em vez de ir diretamente aos romances, por que penso que para amar a literatura - e acredito que a escola deveria ensinar os alunos a amar a literatura - o professor deve mostrar aos alunos a que ponto os livros podem ser esclarecedores para eles próprios, ajudando-os a compreender o mundo em que vivem.
Ao comentar esse assunto no livro, o sr. fala em "abuso de autoridade". Poderia explicar melhor?
É um abuso de autoridade na medida em que é o professor quem decide mostrar aos alunos o que é importante, com base em um programa definido previamente pelo Ministério da Educação. E isso é sempre uma decisão arbitrária. Não temos o direito de reduzir a riqueza da literatura. O bom crítico - e também o bom professor - deveria recorrer a toda sorte de ferramentas para desvendar o sentido da obra literária, de maneira ampla. Esses instrumentos são conhecimentos históricos, conhecimentos linguísticos, análise formal, análise do contexto social, teoria psicológica. São todos bem-vindos, desde que obedeçam à condição essencial de estar submetidos à pesquisa do sentido, fugindo da análise gratuita.
Como conciliar esse desejo de liberdade num sistema em que o professor tem que atribuir notas, como ocorre no Brasil e na França?
Acredito que o essencial é escolher obras literárias que sejam, por sua complexidade e temas, acessíveis à faixa etária a que se destinam. Cabe ao professor mostrar o que esses livros têm de enriquecedor para os alunos, levando em consideração a realidade deles. O importante é não ter medo de estabelecer pontos em comum entre o presente dos alunos e do sentido dos livros.
O escritor italiano Umberto Eco fala que o livro, ao lado da cadeira, é o objeto de design mais perfeito criado pela humanidade. Num momento em que se questiona isso, o senhor vê futuro para o livro?
É verdade que hoje lemos muito diante da tela, mas não acho que o livro vá desaparecer. Ele estabelece uma relação de possessão e de interiorização que nós não podemos estabelecer com algo tão imaterial quanto o texto na tela do computador. Claro que eu mesmo, quando busco uma referência, o faço facilmente diante da tela. Mas se eu desejo me embrenhar em um livro, se eu quiser me render a seu interior, é preciso que seja com o objeto "livro". A isso ele se presta maravilhosamente.

O LIVRO A Literatura em Perigo, de Tzvetan Todorov. Difel, 96 págs., R$ 25.
- See more at: http://bravonline.abril.com.br/materia/tzvetan-todorov-literatura-nao-teoria-paixao#sthash.QLlyTrlr.dpuf

sábado, 17 de agosto de 2013

Palestra sobre D. Quixote: hoje, dia 17, no Hotel Brisa Tower



O pesquisador espanhol Xoán Calviño, do Instituto Cervantes, fará uma palestra sobre a obra D. Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes.

Quando:   Hoje, sábado, dia 17
Hora:        16h
Onde:        Hotel Brisa Tower  (praia de Jatiúca)

Realização:  Oficina de Leitura e Escrita Criativa

Apoio Cultural :  Academia Alagoana de Letras
e   Hotel Brisa Tower

O melhor jeito de dizer adeus

O MELHOR JEITO DE DIZER ADEUS
(última Carta da Redação da revista Bravo - agosto/2013)

A Flip e demais festas literárias que se espalham pelo Brasil são a prova: escrever com desenvoltura e originalidade não significa necessariamente ter aptidão para dar conferências, mediar debates ou mesmo jogar conversa fora num boteco. Nem todos os romancistas, poetas e contistas dominam a narrativa oral. O português José Saramago certamente não pertencia à turma dos ruins de papo. Em geral, quando decidia enfrentar uma palestra ou entrevista, assumia contornos de Sherazade e discorria sobre inúmeros temas de maneira hipnótica. Quem o escutava saía da experiência quase sempre maravilhado. Como mostra a reportagem que ganhou a capa desta edição, Saramago discursou para uma seleta plateia de intelectuais na primavera de 1998, em Turim.

Durante mais ou menos uma hora, relembrou os antepassados, reviu a própria carreira e identificou diferenças entre os livros que publicou – tudo de improviso, com graça e clareza desconcertantes. O pronunciamento, transcrito, resultou em 28 páginas.

O fim da apresentação recuperava uma história que o literato já contara outras vezes e que continua me emocionando. Quando beirava os 73 anos, Jerónimo, o avô materno de Saramago, sofreu um acidente vascular cerebral. O infortúnio não parecera tão grave de início, mas depois se revelou preocupante. O médico recomendou, então, que o paciente abandonasse a aldeia onde morava e se internasse num hospital de Lisboa. Jerónimo – um homem rude, analfabeto, que criava porcos – dividia com a mulher uma casa simples, de apenas dois cômodos e chão de barro. No quintal, plantara umas quantas oliveiras, figueiras e pereiras. Mal a carroça que o levaria à estação ferroviária chegou, o velho, pressentindo que não retornaria, saiu do casebre e abraçou cada uma das árvores. Não emitiu nenhuma palavra. Somente chorou baixinho e enlaçou a minúscula floresta.

O episódio me impressiona sobretudo pela contenção. Para se despedir dos seres mansos e quietos que lhe encheram os dias de sentido, o camponês optou por um gesto igualmente manso e quieto. Não lamentou o rumo que as coisas tomaram, não amaldiçoou as transformações que presenciava nem as que deixaria de presenciar, não fez elogios às árvores, não recordou os bons momentos que compartilharam. Resignou-se em dizer tudo o que gostaria sem dizer nada. Ironicamente, tempos depois, o neto de Jerónimo se notabilizaria justo pelo contrário: pela necessidade incontornável de atar a vida às palavras. Não quaisquer palavras, é claro, mas ainda assim palavras – e copiosas, fluidas, abrangentes.

Ocorre que, em determinadas circunstâncias, atitudes semelhantes às do avô têm impacto maior que posturas como as do neto. Há despedidas que não encontram tradução. O que falar diante de um amigo que se muda para bem longe, um amor que morre, um projeto querido que se interrompe? Às vezes, o melhor – o mais preciso e eloquente – é dar adeus em silêncio.

Armando Antenore
Redator-chefe

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Paletras: hoje, Camões; amanhã, D. Quixote


Xoán Calviño e alguns integrantes da Oficina de Leitura e Escrita Criativa

Palestra sobre Camões

O pesquisador espanhol Xoan Calviño, do Instituto Cervantes, fará uma palestra sobre Camões.

Quando:   Hoje, sexta-feira
Hora:        19h30m
Onde:        Hotel Brisa Tower  (praia de Jatiúca)

Realização:  Oficina de Leitura e Escrita Criativa
Apoio Cultural :  Academia Alagoana de Letras

e   Hotel Brisa Tower

Palestra sobre D. Quixote


O pesquisador espanhol Xoan Calviño, do Instituto Cervantes, fará uma palestra sobre a obra D. Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes.

Quando:   Sábado, dia 17
Hora:        16h
Onde:        Hotel Brisa Tower  (praia de Jatiúca)

Realização:  Oficina de Leitura e Escrita Criativa
Apoio Cultural :  Academia Alagoana de Letras
e   Hotel Brisa Tower



            Coffee break:  R$ 18,00 (dezoito reais)

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

I CONCURSO DE CONTOS ARRIETE VILELA / PET / UFAL

FACULDADE DE LETRAS
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL
EDITAL Nº (02/13) / Programa de Educação Tutorial/Letras e Fale - Ufal
A FACULDADE DE LETRAS (FALE) E O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL DO CURSO DE LETRAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (PET LETRAS), no uso de suas atribuições, tornam pública a abertura das inscrições para o I CONCURSO DE CONTOS ARRIETE VILELA.

1. Das disposições preliminares
1.1 O I CONCURSO DE CONTOS ARRIETE VILELA é um evento do PET Letras Ufal, com o apoio da Faculdade de Letras, que integrará a programação da VI Semana de Letras, que acontecerá em Setembro de 2013. A proposta é realizar um concurso, de caráter competitivo, em que os alunos da graduação em Letras, da referida Universidade, poderão inscrever um conto, escrito em Língua Portuguesa, independente da obra já ter sido publicada. O objetivo é estimular a produção literária dos alunos do curso e divulgar esses trabalhos.

2. Das inscrições
2.1 As inscrições no I CONCURSO DE CONTOS ARRIETE VILELA são gratuitas e devem ser feitas por meio do encaminhamento da obra à Comissão Organizadora.
2.2 Os interessados deverão se encaminhar à Secretaria da Faculdade de Letras, situada na Faculdade de Letras, no campus A.C. Simões, no horário de 10h às 16h, de segunda a quinta-feira, exceto feriados. Entre os dias 12 de Agosto e 13 de setembro de 2013.
2.3 Cada concorrente poderá inscrever no máximo uma obra.
2.4 O trabalho inscrito deverá se no gênero conto da autoria da pessoa inscrita, apresentado na modalidade impressa, utilizando, ou não, recursos em outras mídias.
2.5 O conto não precisa ser inédito.
2.6 Os originais devem ser enviados em 3 (três) vias impressas e/ou em outros suportes midiáticos, com folha de rosto na qual deverão constar o título da obra e o pseudônimo do autor.
2.7 Em envelope lacrado, em anexo, deverão ser enviados os dados do autor: pseudônimo, nome, data de nascimento, título da obra, comprovante de matrícula, endereço completo, telefone, e-mail e currículo resumido.
2.8 Uma versão em word deve ser enviada via e-mail para o endereço ufal.semanadeletras@gmail.com.
2.9 Os trabalhos inscritos serão expostos na Expoletras, exposição que integrará a VI Semana de Letras.

3. Das condições de participação
3.1 Poderão inscrever-se apenas alunos devidamente matriculados no curso de Letras da Ufal.
3.2 Os documentos e originais das obras não serão devolvidos.
3.3As obras deverão ser encaminhadas obrigatoriamente sob pseudônimos, não podendo conter nos originais ou nos envelopes nada que identifique os autores.
3.4 Na folha de rosto de cada cópia deverão constar obrigatoriamente o nome I CONCURSO DE CONTOS ARRIETE VILELA, o título da obra e o pseudônimo do autor.
3.5 É de responsabilidade exclusiva do autor a observância e regularização de toda e qualquer questão relativa à originalidade da autoria e demais disposições deste Regulamento.

4. Dos julgamentos dos trabalhos inscritos
4.1 As obras inscritas serão analisadas por uma Comissão Julgadora composta por um aluno do Programa de Pós- Graduação em Letras e Linguística da Ufal, um professor convidado da graduação e um escritor local.
4.2 A Comissão Organizadora não terá participação no julgamento das obras e nem interferirá no processo de avaliação da Comissão julgadora.
4.3 A comissão julgadora é soberana e não caberão recursos às suas decisões.
4.4 Caberá à organização do Concurso: receber as obras inscritas, conferir a documentação exigida, organizar todo o processo de distribuição das cópias das obras para os membros da Comissão Julgadora, providenciar a divulgação do resultado do Concurso e solucionar quaisquer controvérsias ou pendências advindas da realização do Concurso, inclusive aquelas decorrentes de omissões deste Regulamento.

5. Da premiação
5.1 O autor que tiver o seu trabalho escolhido terá como premiação as obras vencedoras e publicadas do último PRÊMIO LEGO, realizado pela Faculdade de Letras.
5.2 O conto vencedor será publicado no Suplemento Saber, do Jornal Gazeta de Alagoas.
5.3 Os demais contos inscritos serão publicados posteriormente no site do PET (www.petletrasufal.com).
5.4 O autor receberá uma declaração emitida pela Comissão organizadora atribuindo-lhe a autoria do trabalho vencedor.

6. Dos resultados
6.1 A divulgação do resultado deste concurso ocorrerá dentro da programação da VI Semana de Letras como parte integrante da programação do evento no dia 27 de setembro de 2013.
7. Disposições gerais

7.1 Ao se inscrever no I CONCURSO DE CONTOS ARRIETE VILELA, o candidato estará automaticamente concordando com os termos deste edital.

Maceió, 10 de agosto de 2013.
Comissão Organizadora:
Núbia Faria (PET Letras)
Dayanne Teixeira (PET Letras)
Karlos Eduardo (PET Letras)
Pedro Araújo (PET Letras)
Rafael Albuquerque (PET Letras)
Natália Momberg (PET Letras)
Marília Dantas (PET Letras)
Mariana dos Santos (PET Letras)
Jéssica Gonçalves (PET Letras)
Adriely Andrade (PET Letras)
Elson Nelson (PET Letras)
Gustavo Félix (PET Letras)
Beatriz Nogueira (PET Letras)
Estêvão dos Anjos (PET Letras)
Marcus Vinícius (Faculdade de Letras/UFAL)