sexta-feira, 30 de setembro de 2011

De Graciliano Ramos



“Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes.Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota.Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer.”

Fotos: Arriete Vilela








quinta-feira, 29 de setembro de 2011

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Ler para ser (feliz)



Febre, de Ademir Assunção

um vício

esse jeito de ser: poesia


um tédio


essa cidade sem



com qual máscara


o lobo se fere


nesse baile?



com qual faca


a madrugada sangra


sua pele?



um oceano,


lágrimas, maresia



só uma brisa


a roçar


nossa febre



terça-feira, 27 de setembro de 2011

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

De Autran Dourado

"Escritor é aquele que escreve com dificuldade. Quem escreve com facilidade é orador."

"Os clássicos são importantes porque são permanentes, e você vai lendo e selecionando. Até o final da vida restam uns seis ou sete."


"O escritor nunca está sozinho; atrás dele estão todos os outros grandes escritores. Quando você pensa que está fazendo uma coisa muito nova, vai ver os gregos já fizeram - e até melhor."


"Eu vivo lendo para saber como devo escrever, pensar..."

De Carlos Drummond de Andrade



"Deus me deu um amor no tempo de madureza,

quando os frutos ou não são colhidos ou sabem a verme.

Deus - ou foi talvez o Diabo -deu-me este amor maduro,

e a um e outro agradeço, pois que tenho um amor."
(...)


(Campo de flores)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Fotos de Tereza Carnaúba



Exposição de Fotografia: O olho da alma
Fotógrafa: Tereza Carnaúba
Data: 19/09/2011
Hora: 19h30
Local: Museu de Arte Brasileira da Fundação Pierre Chalita
Praça Manoel Duarte, 77 - Jaraguá

sábado, 17 de setembro de 2011

Parabéns, Vera Romariz!













Alinhavo - Vera Romariz

Em linhas frouxas de bem querer
alinhavo tecidos
amados
amigos
antigos
ou novos

Caminha sem retas
o alinhavo
bêbado e feliz

labirinto
sem tempo
de trilhos
que volta

leve
ao ponto de origem

Ama-me assim
em tempo de alinhavo
pontos leves
e presentes
feito bailarino
beija-flor

Aperta-me assim
sem machucar os braços
em tempo de asas necessárias

E se buscares outros tecidos
leva para eles
o jeito alinhavado de ser e amar
que te ensinei
em linhas frouxas de bem querer
sem arremate
final

(In: Película)

Miudeza - Vera Romariz

Planejar a alegria requer
Método
Dissecar o cadáver para
Apreender o mecanismo
Da entranha da vida

Planejar a alegria requer
Introdução ao prazer da manhã
Anúncio tímido
Do fim de uma noite
Exausta
Das sombras de si mesma

Planejar a alegria requer
Desenvolver o tema da miudeza
Da pizza apenas mussarela
Do café sem creme
Da foto em preto e branco que
permite
Ver meio tons
Para re ver
Diverso
E mais fundo

Como quem entra em uma loja
de miudezas
Planejar a alegria requer
Escolher
Paciente
O objeto
Dentre tantos
E aprender a miúda tarefa de ser
Singular
Sem ser extra
ordinário
pois o extra excede
e se perde

Planejar a alegria requer
Método de miudeza
Sem conclusão definitiva
Que nos afasta das sábias coisas
pequenas
verdadeiras
Miúda forma de amar
Pois quando a casa se esvazia
E todos se vão
Resta muito pouco

Teu ser miúdo e leve
Folha que se desprende da
árvore
Em melancolia viagem



(In: Pelicula)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O que miram as garças?



Foto: Arriete Vilela

De Guimarães Rosa

"Parente não é o escolhido - é o demarcado."

"(...) por cativa em seu destinozinho de chão, é que árvore abre tantos braços."

"O pássaro que se separa de outro vai voando adeus o tempo todo."

"Aprender-a-viver é que é o viver, mesmo."

"Só nos olhos das pessoas é que eu procurava o macio interno delas (...)"

"Nonada. O diabo não há! (...) Existe é homem humano. Travessia."

In: Grande Sertão: Veredas

terça-feira, 13 de setembro de 2011

De Guimarães Rosa

"Mas ciúme é mais custoso de se sopitar do que o amor. Coração da gente - o escuro, escuros."

"Viver é muito perigoso."

"...a colheita é comum, mas o capinar é sozinho..."

"O amor? Pássaro que põe ovos de ferro."

"Não. Diadorim, não. Nunca que eu podia consentir. Nanje pelo tanto que eu dele era louco amigo, e concebia por ele a vexável afeição que me estragava, feito um mau amor oculto."

"Cada hora, de cada dia, a gente aprende uma qualidade nova de medo!"

"Vingar, digo ao senhor: é lamber, frio, o que outro cozinhou quente demais."

"Quem desconfia fica sábio."

(In: Grande Sertão: Veredas)

domingo, 11 de setembro de 2011

De Guimarães Rosa

"... uma pergunta, em hora, às vezes, clareia razão de paz."

"Tudo é e não é."

"... passarinho que se debruça - o voo já está pronto!"

"E a gente, isso sei, às vezes é só feito menino."

"Diadorim é a minha neblina..."

"Já tenteou sofrido o ar que é saudade?"

(In: Grande Sertão: Veredas)

Ignacio de Loyola Brandão



Ignacio de Loyola Brandão e Arriete Vilela







De Guimarães Rosa

"Aqui digo: que se teme por amor; mas que, por amor, também, é que a coragem se faz."

"É no junto do que sabe bem, que a gente aprende o melhor..."

"Para ele olhei, o tanto, o tanto, até ele anoitecer em meus olhos."

(In: Grande Sertão: Veredas)

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Flimar: programação para sábado, dia 10

Sábado (10/09)

10h – 11h - MESA 11
TEMA: Jornalismo Literário.
PARTICIPANTE: Rogério Pereira.
11h – 12h30min - MESA 12
TEMA: Jornal e Internet – Os Espaços da Crônica.
PARTICIPANTES: Ignácio de Loyola Brandão e Luiz Berto.
14h – 15h30 - MESA 13
TEMA: Os Novos Cantares Africanos.
PARTICIPANTES: Calane da Silva (Moçambique) e Hungulane Baka Kossa (Moçambique).
15h30min – 17h - MESA 14
TEMA: Objetividade e Imaginação. A Estética Jornalística.
PARTICIPANTES: Luiz Ruffato e Luiz Pimentel.
17h – 18h30min - MESA 15
TEMA: A Poesia, a Crônica e a Literatura em Família
PARTICIPANTES: Marina Colasanti e Affonso Romano de Sant’Anna.
18h30min – 19h30min – RECITAL: Navio Negreiro ( Castro Alves) – Chico de Assis e José Inácio Vieira de Mello
20h – 21h30min – Seresta pelas ruas do Centro Histórico de Marechal Deodoro
22h – Show de encerramento no Palco da Lagoa com Stewart Sukuma (Moçambique)

FLIMAR





















FLIMAR













FLIMARZINHA




Fotos: Arriete Vilela


FLIMARZINHA










Fotos: Arriete Vilela