POEMA 25
Arriete
Vilela
O
Poema não devia esfolar a Palavra
que
há dentro de mim,
pois
se destrançam, assim, os fios de sisal
que
prendem memória e realidade.
O
Poema devia aliviar essa fascinante
e
atormentada relação com o que sou,
com
o que não sou,
numa
dualidade quase fluida,
quase
erótica.
O
Poema não devia deserdar-me
do
sonho comum,
das
pessoas com seus olhos de isca
e
de fastio.
O
Poema devia esvaziar-me da Palavra
e
de suas resistências,
para
que eu seja apenas devaneio
à-toa.
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(Do
livro Luares para o Amor não naufragar, 2012)
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