terça-feira, 29 de maio de 2012


POEMA 1

                   Arriete Vilela

A Paixão
desfilou sua exuberância
sob a janela da minha alma.

Deveria ter-se anunciado
de alguma forma,
para que eu arejasse toda a casa
e me apressasse, alegre,
para recebê-la à vista de todos.

Mas não.

Flutuante e impulsiva,
a Paixão se fez breve sob a janela
da minha alma,

e a mim, que a tenho aguardado
como a gaivota solitária aguarda
o sol nascente,
deixou-me apenas entrever com que graça
voeja para longe dos ardis
das capturas afetivas.



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