POEMA 13
Arriete Vilela
Imaginam os que me leem
os raios e relâmpagos com que a
Palavra
clareia os vãos da minha alma,
para que eu lhe confira o (quase)
indecifrável
valor metafórico?
Imaginam que, sob cada verso,
há um desejo alegre e urgente,
um simbolismo velado
e uma paixão amorosa quase
desesperada?
Imaginam que, no corpo mesmo do
poema,
volúpias impetuosas se abrasam
como bacantes em rituais
primitivos?
Imaginam os que me leem
que a Palavra tece para mim,
todo dia,
um abrigo de pássaro dilacerado?
(Do livro Luares para o Amor não
naufragar, 2012)
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