domingo, 27 de maio de 2012



                                    POEMA 13

                                               Arriete Vilela

                       
Imaginam os que me leem
os raios e relâmpagos com que a Palavra
clareia os vãos da minha alma,
para que eu lhe confira o (quase) indecifrável
valor metafórico?

Imaginam que, sob cada verso,
há um desejo alegre e urgente,
um simbolismo velado
e uma paixão amorosa quase
desesperada?

Imaginam que, no corpo mesmo do poema,
volúpias impetuosas se abrasam
como bacantes em rituais primitivos?

Imaginam os que me leem
que a Palavra tece para mim,
todo dia,
um abrigo de pássaro dilacerado?

(Do livro Luares para o Amor não naufragar, 2012)

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